quinta-feira, 18 de junho de 2009

Entrevista - Luis Pedro Paula


Iremos apresentar ao longo de algum tempo, entrevistas com pessoas ligadas ao slotcar, sendo que as perguntas serão iguais para todos os entrevistados.


Daremos incio a esta série de entrevistas com o Luis Pedro Paula, sobejamente conhecido da maioria dos aficionados.

Bip Bip - Quando e como aconteceu o interesse pelo Slotcar?

Luis Pedro Paula (LPP) - O interesse pelo Slotcar é uma extensão directa da paixão pelos automóveis em geral e pelo desporto automóvel em particular. Como a maioria dos comuns dos mortais, nunca tive oportunidade de participar em competição automóvel a sério, por isso, nos últimos anos, o slotcar acaba por ser um “espaço” onde posso dar largas a essa vertente competitiva que existe em quase todos nós. Além do mais, quem é poderia ter meia dúzia de Ferrari, uma vintena de Porsche, clássicos caríssimos e modelos recentes na realidade? Muito poucos certamente. Ora o slotcar permite-nos ter isso tudo e muito mais.

Em miúdo sempre quis ter uma daquelas fantásticas pistas da Scalextric. Infelizmente, ofereceram-me um comboio eléctrico que andava às voltas. Nunca tive a tão desejada pista. Há uns anos atrás, a minha sogra teve a ideia peregrina de oferecer à minha filha mais velha, na altura com 6 anos, uma pista da Ninco que vinha equipada com um Toyota e um Seat de rally. No dia seguinte estava no Toy’s r Us a comprar um Porsche 911 GT3 (evidentemente) e não mais parei. Daí a construir a minha pista na garagem (que hoje já tem 30 metros) e a descobrir que havia uma série de malta porreira com uma mania semelhante, foi um pulo. Descobri o AESlot Club e a JP-Racing e comecei a participar nas provas. Hoje ainda por aqui ando.


Bip Bip - Slotcar como coleccionismo ou competição?

LPP - Como competição, porque é uma forma de reproduzir a realidade e “sentir” a mesma adrenalina: a preparação do carro, os treinos, as qualificações, a corrida. Também como coleccionismo, porque existem modelos soberbos que, ainda por cima, andam. Inicialmente a minha colecção não tinha qualquer objectivo, mas a partir de determinada altura comecei a dirigi-la para a minha verdadeira paixão que são os modelos representativos das 24 Horas de Le Mans.


Bip Bip - Rally / raidslot ou velocidade?

LPP - Velocidade, sem sombra de dúvida. Já experimentei rally e gosto sobretudo da escala 1:24. Os 1:32 em rally não me dão muito gozo. Raidslot parece-me interessante, mas como não tenho nenhum modelo, fico dependente de empréstimos para participar e tenho sempre receio, pela minha inexperiência, de estragar o que não é meu. Mas é na velocidade e principalmente nas provas de resistência e na disputa directa com os amigos e companheiros que encontro o prazer que se deve retirar de um hobby como este.


Bip Bip - Momento mais marcante vivido no slotcar?

LPP - São vários os momentos marcantes, mas destaco dois: a primeira vitória da equipa do AESlot Club, da qual eu fazia parte, no campeonato interpistas Slot Século XXI em 2005/2006; e mais recentemente o facto de ter conseguido organizar sozinho o campeonato de resistência por equipas ResisTejo, que envolveu várias equipas, muitos pilotos e 7 pistas da região da Grande Lisboa.


Bip Bip - Panorama actual e perspectivas para o futuro?

LPP - O panorama actual é bastante morno. Existem alguns problemas por resolver entre um número muito restrito de pessoas que acabam por passar uma imagem desajustada da realidade. E a realidade é toda uma série de praticantes, constantes ou esporádicos, que querem ter provas para correr e sítios para ir.

Creio que uma das formas de resolver o assunto é encontrarem-se campeonatos, provas, eventos, apelativos que chamem os praticantes. Outra forma é tentar uniformizar regulamentos e procedimentos organizativos para que qualquer praticante em qualquer lado saiba sempre com o que conta. Podemos ainda organizar campeonatos mais abrangentes que, pela sua periodicidade mais alargada, permitam estreitar laços e ir habituando os praticantes a uma dinâmica à qual ainda não estão habituados.

Nota: o conteúdo das respostas são da exclusiva responsabilidade dos entrevistados.

1 comentário:

  1. É o meu pai! Sou a filha mais velha e entretanto já não tenho 6, mas 15 anos. O meu pai é um bom corredor, apesar de ficar constantemente em 2º lugar. Eu e a minha irmã admiramos muito este seu talento, embora ela se interesse mais do que eu.
    Temos muita vaidade nele (a nossa mãe também)! :)

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