terça-feira, 22 de setembro de 2009

Entrevista - Neto Rodrigues


A apresentação ficou a cargo do próprio piloto: uma foto minha no Autódromo de Portimão nos treinos da F1. Os carros do Padock são os camiões da Ferrari, Toro Rosso e MacLaren. Pois é tenho a sorte de estar mesmo ali ao lado e de ter amigos que me conseguem meter no Padock. Sou um sortudo!!!!!!!!!!!!!!!!



Bip Bip - Quando e como aconteceu o interesse pelo Slotcar?

Neto Rodrigues (NR) - Cheguei aos slots com os meus 13 anos. Nessa altura frequentava o anexo de Alvalade do Liceu Camões. Todos os dias percorria a pé a Av. da Igreja para apanhar o autocarro para casa e foi num desvio de caminho que descobri a primeira pista “profissional” de slotcars situada numa loja numa praceta nas traseiras da escola Industrial Eugénio dos Santos no bairro de Alvalade. O nome já nem me lembro já lá vão 43 anos. Os Cox os Revell e a escala 1/24 eram o meu sonho o que concretizei um ano mais tarde quando ingressei na sede do Liceu Camões na Praça José Fontana e comecei a frequentar a pista “o circuito” na Av. Casal Ribeiro. Depois foi uma paragem de alguns anos e regressei à pista que existia na Rua António Pedro. O liceu acabou e aos slots também. O bicho regressou já no final dos anos 70 com as minhas idas ao Jardim Cinema na Pedro Álvares Cabral e depois a uma pista que se inaugurou no Bairro de Campo de Ourique. A minha vida profissional levou-me para longe deste vicio e só voltei há cerca de 3 anos no Slot Club do Algarve.


Bip Bip - Slotcar como coleccionismo ou competição?

NR - No principio o slot como competição. Nunca fui um grande piloto mas a competição fazia parte da minha maneira de estar no slot. Hoje mais coleccionista ou ajuntador se pretenderem. A competição passou a ser uma desculpa para o convívio enquanto que os carros de rally, dos clássicos aos wrc, e os grupos C e Le Mans são os meus temas de colecção. Por questões de gosto e económia restringi a competição a uma única escala e aí pesou o meu amor de juventude a escala 1:24. Tenho pena de nos rallies modalidade que hoje mais me atrai não tenha uma oferta de número de provas para esta escala igual, em número, à que se oferta para a escala 1:32. Ainda mais no Algarve o Slot Rally não tem expressão pelo que não compito tanto como desejaria.


Bip Bip - Rally / raidslot ou velocidade?

NR - A velocidade foi por onde entrei mas depois de ter feito alguns rallies fiquei apanhado. Hoje lutar contra o relógio e superar-me de troço para troço dá-me mais “gozo” que andar “ao molho” em 4, 6 ou 8 calhas. O Raid foi uma experiência gratificante mas os únicos que fiz foram no LSC e foram por demais exigentes para as minhas parcas capacidades de piloto. É uma experiência para continuar mas ainda não um amor a sério.


Bip Bip - Momento mais marcante vivido no slotcar?

NR - Gostei imenso de ter feito MCA, mais pelo convívio que todos tivemos do que pela competição sendo que neste ponto até assumi uma posição muito critica perante algumas das etapas pela falta de condições em que estas se disputaram nomeadamente no que respeita aos troços apresentados por alguns anfitriões. Mas se tenho que destacar um evento então escolho a prova do Barreiro organizada pela Slot Árrábida em 2008 e que em simultâneo encerrou o MCA. Foi uma jornada cheia de slots que se iniciou às 09:00 e terminou ás 20:00 horas e que este ano de 2009 voltei a repetir. Porque é que escolhi esta prova? Porque nela consegui que o meu filho Bernardo, á data com 13 anos, ficasse com o bicho dos slots dentro de si. Foi nessa idade que eu comecei. Espero que ele venha a ser melhor piloto que o pai.


Bip Bip - Panorama actual e perspectivas para o futuro?

NR - Para quem já anda por aqui desde os anos 60, já vivi momentos de euforia do slot a travessias do deserto. A verdade é que o slot volta sempre e não morre. Este ciclos podem ser enervantes, para nós, os slotistas, mas há nesta actividade sempre aqueles que organizam provas com grande interesse e de baixo investimento que nos vão fazendo estar em actividade. A “crise” económica/social é uma forte condicionante para os fabricantes, revendedores e praticantes, mas contrariamente ao que tudo levaria a pensar sempre que há uma novidade no mercado aí estão alguns slotistas equipados com elas para a competição. Tenho pena de não os poder acompanhar no seu ritmo de investimento mas bem hajam em nome desta modalidade.

Nota: o conteúdo das respostas é da exclusiva responsabilidade dos entrevistados.

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